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Maratona de Nova York: muita emoção

Depoimento do Gustavo Maia, jornalista, maratonista e apresentador do programa Fôlego em parceria com a Kamel Turismo completou sua 30prova na Maratona de Nova York 2015. 
Correr é uma ação solitária. Tá eu sei.. também fiz muitos amigos através da corrida, mas o ato de se dispor a cumprir um trajeto correndo, é uma decisão que se toma sozinho. E na maioria das vezes (principalmente no começo), ela é muito difícil, afinal, a primeira coisa que vem na cabeça, naquela manhã gelada, enquanto você rompe as rajadas de vento com o peito é: “por que é que eu tô fazendo isso?”. Logo o corpo vai acostumando ao movimento, vai se adaptando à energia cinética. E aí, você passa a ver mais coisas do que você veria, caso estivesse parado.. e isso te proporciona mais sensações, mais informação. O ser humano é um bicho curioso.. vou até aquela esquina.. só mais uma. Você tem tempo de observar o mundo enquanto pensa no que realmente importa pra você… como eu disse: “nada mais solitário”.

Pra mim foi assim… eu comecei a entender que aquele momento, que me fazia queimar os pulmões, proporcionava uma cabeça mais livre, mais em paz comigo mesmo. Daí, para a primeira prova.. você nem percebe. 10, 15, 20 kms .. a primeira meia. Caramba.. posso fazer muito mais do que eu pensei que podia…então todo corredor chega naquele momento crucial: – Vou correr provas curtas e melhorar meus tempos, ou vou fazer uma maratona! Cara.. sei que essa dúvida é muito recorrente.. mas eu não tive a menor dúvida. Pensei: “vou correr uma maratona”. Me inscrevi para a Maratona de Nova York. Mas aí começa: maratona mata, lembra daquela corredora suíça, cambaleando pela pista na chegada em Los Angeles? Será que eu aguento? Tenho filhos pra criar (eu realmente pensei nisso) e ainda tem os amigos que falam que é perigoso.. que eu não devia…

Eu ignorei todo mundo e fui pra NY. Pisei as ruas de Manhattan como um garoto atrevido,  abusei da empolgação, ignorei o pace calculado e sentei o pau! Rodei feliz da vida na Maratona de Nova York pelas ruas do Queens e a cada grito de apoio, eu aumentava a passada… o resultado.. você deve imaginar.. dei de cara com o muro no km 32.. quebrei.. mas terminei com o sorriso no rosto. A sensação de realização que tomou conta de mim, enquanto eu cruzava a linha de chegada no Central Park, me deixou marcas profundas. Eu estava  exausto, mas de alguma forma, hipnotizado, eufórico, extremamente feliz. Para alguém que exercera tantas funções nessa vida (e quem me conhece sabe de todas as minhas facetas), eu havia realmente encontrado o meu nirvana.. e isso não podia se perder.. eu tinha que seguir em frente. Enquanto me recuperava das dores da primeira, já estava planejando a próxima.. e foi assim.. cada linha de chegada então se transformou no “start da próxima maratona… e o resto vocês já sabem… essa jornada de sensações com as quais a corrida me presenteia diariamente me mostrou pessoas incríveis, me mostrou exemplos de superação, me mostrou o mundo todo, mas acima de tudo, me mostrou quem eu sou, minha missão por estas bandas terrestres. Sempre fui um contador de histórias… só não sabia que contaria kms entre uma história e outra.. pois bem.. aqui estou.. hoje tenho uma linha de chegada para cruzar./.. E ela é cheia de simbologia pra mim.. 30 pórticos, 30 muros, 30 ciclos, 30 sorrisos. Apenas um número.. mas com tanta história.. que não dá nem pra contar.

Programa Fôlego – Maratona de Nova York (parte 2)

Link no site do Program Fôlego

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