Maratona de Lima: uma opção de prova na América do Sul
Prova da América do Sul
A Maratona de Lima é uma das opções mais interessantes para quem fazer uma prova na América do Sul no primeiro semestre. A 6ª edição evento, que será realizada no dia 18 de maio de 2014, oferece ainda opção de meia-maratona e 10 km. Se você quer saber um pouco mais sobre essa prova na capital peruana, confira abaixo uma matéria publicada em 2010 na revista Contra-Relógio, em que a jornalista Fernanda Paradizo conta detalhes sobre este evento, que tem excelente organização e promete atrair cada vez mais a atenção de corredores brasileiros.
O dia era 2 de maio de 2010, mesma data da Maratona de São Paulo, e um pequeno grupo de brasileiros resolveu deixar a prova da capital paulista para trás para desafiar os 42 km em ares um pouquinho mais distantes, beirando a costa do Pacífico. O destino desses aventureiros? Lima, Peru. Cidade simpática, com povo acolhedor, e que se revela de várias formas para quem fica ali por alguns dias. Seguramente, com toda sua simplicidade, a capital peruana, com seus 8 milhões de habitantes, representa bem mais do que uma porta de entrada para Machu Picchu, destino preferido dos turistas que pisam no país. Sua cultura, sua culinária, seu artesanato, sua rica história traduzida na sua arquitetura e também nas ruínas em sítios arqueológicos em plena área urbana são mais do que convidativos para se passar alguns dias na cidade.
Tudo isso já seria suficiente para pegar um avião no Brasil e desembarcar no aeroporto de Jorge Chávez. E unir o prazer do turismo com a corrida poderia ser um simples detalhe. Mas não! A Maratona de Lima, que leva o nome de Lima 42k, é uma daquelas provas que vale participar, principalmente para os que gostam de acumular quilometragens em várias partes do mundo, vivendo a experiência de correr em locais com culturas diferenciadas.
O evento, ainda na segunda edição, mostra que tem potencial para estar no topo da lista de preferência quando o destino principal dos corredores é América do Sul. Tanto que a Kamel Turismo, uma das operadoras no país especializadas em levar grupos para correr no exterior, já está trabalhando para que seja expressiva a participação de brasileiros na prova em 2011. “As informações que temos sobre a maratona já são suficientes para acreditar que o evento é bem organizado e vai agradar bastante nosso corredor. Além de ter muito o que conhecer em Lima, existe ainda a possibilidade de estender o roteiro de viagem para circuito Inca e conhecer Cusco e Machu Picchu. E tudo isso bem pertinho de nós”, explica Elisabet Olival, diretora da Kamel.
Assim como as maratonas chilena e portenha, realizadas respectivamente em Santiago e Buenos Aires, a Maratona de Lima é organizada pela Adidas, marca esportiva bem representativa nos três países. Dividida em três distâncias e atraindo um público de 8 mil corredores (2 mil na maratona e os outros 6 mil nas provas de 21 km e 10 km), chama atenção na prova peruana a quantidade de pessoas que correm voluntariamente com a camiseta do evento, o que proporciona uma imagem fantástica na largada, um verdadeiro mar azul.
KIT GENEROSO. O evento tem tudo o que uma maratona pode oferecer a seus participantes. A começar pela feira, em que os corredores retiram o kit da corrida. Realizada em Miraflores, um dos melhores locais para dar uma corridinha e também para se hospedar, não só pela beleza do lugar, mas por toda a infraestrutura, a feira da maratona, embora pequena, se destaca pela quantidade de ações promocionais e brindes oferecidos aos visitantes.
Bem organizada, um passeio atento pelos seus arredores vai render aos corredores muito mais do que um montão de papéis, folhetos e propagandas depositados numa sacola. O mineiro Miguel Delgado, um dos representantes do Brasil no evento, é prova disso, já que ele e os amigos tiveram que retornar ao hotel para deixar a sacola, cheia de presentes arrecadados na feira, para poder passear mais à vontade por Lima. “Logo na chegada o corredor ganhava um talco, cujo tamanho dependia da prova a ser corrida. Tinha também chaveiro, caneta, toalhinha, pilha, boné, camiseta, garrafinhas, aparelhos de barbear, munhequeira para carregar dinheiro e ainda acesso gratuito à internet em quatro notebooks, além de um mouse de brinde”, comenta o maratonista, de 47 anos, que corre há 11 anos e já completou 16 maratonas, sendo três apenas este ano.
LARGADA DE FÁCIL ACESSO. A concentração da competição, onde se localizam largada e chegada, acontece no bairro de San Borja, num parque localizado em frente ao Quartel General e onde há vários entretenimentos para os que ficam por ali, aguardando pelo evento. Para quem se hospeda em Miraflores, não há muito problema para ir para a largada da prova. Apesar do trânsito ser meio caótico na cidade, no dia e horário em que é realizado o evento, as ruas são livres. Um táxi até San Borja não sai por mais do que 10 soles (cerca de US$ 3,50). E, em 15 minutos, chega-se ao local, de fácil acesso ao público.
O percurso da maratona, que larga pontualmente às 7 horas, passa por cinco distritos, na seguinte ordem: San Borja, San Esidro, Magdalena, Miraflores, Surquilo e Surco, finalizando no ponto de partida. A meia maratona e os 10 km largam às 8 horas e retornam para o mesmo local. Com uma temperatura nessa época do ano que fica entre 16 e 25 graus, o calor pode castigar um pouco os corredores mais lentos da maratona. Apesar do circuito das três competições não ser plano, o percurso não apresenta muitos problemas, embora possa ser fatal para quem forçar no início, já que todas as distâncias começam em declive. Tanto na maratona quanto na meia, praticamente metade do percurso acontece em leve descida, mas na segunda parte ocorre o contrário.
A largada da maratona de Lima, que tem premiação em dinheiro para os três primeiros colocados de cada uma das distâncias, é feita com muita animação e música. Há vários grupos musicais no percurso e o público, embora pequeno em alguns locais, é bem empolgado e faz questão de aplaudir a passagem dos corredores.
O ponto alto do circuito é sem dúvida nenhuma a passagem por Miraflores, onde a prova beira por 7,5 km a magnífica Orla do Pacífico, proporcionando aos corredores um visual para lá de inspirador.
Dada a largada, a prova se desenrola sem maiores problemas, exceto por uma falha no sistema de abastecimento, que fez faltar água para uma parte dos corredores da maratona. “Até o km 25 tinha água e Powerade; depois começaram as falhas e a população dava água em saquinhos caseiros, lembra Miguel. Além de postos de hidratação a cada 5 km, a organização também oferecia banana e laranja ao longo do percurso, e gel no km 30.
FINAL COM FESTA. Os participantes são recebidos em San Borja com muita animação. Familiares e amigos podem acompanhar a chegada por um grande telão instalado na concentração ou sentados nas arquibancadas localizadas nos metros finais. Para entreter o público que aguarda a chegada dos corredores, há grupos musicais e de dança típicos, que animam também partes do percurso.
Apesar de presença marcante do pessoal local entre os inscritos, a prova peruana não deixa de ter seus estrangeiros. São bolivianos, colombianos, argentinos, brasileiros e até quenianos, que se aventuram a correr por terras andinas. E quem levou a melhor na maratona masculina foi exatamente um queniano, Festus Kioko, que fechou os 42 km em 2:23:27, recorde do percurso. Já na prova feminina a vencedora foi uma atleta da casa. A peruana Lady Morales venceu a maratona com 2:51:09.