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Programa Fôlego: Maratona de Nova York 2015

Depoimento do Gustavo Maia, jornalista, maratonista e apresentador do programa Fôlego em parceria com a Kamel Turismo completou sua 30prova na maratona de Nova York 2015. 

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Confira a cobertura especial da Maratona de Nova York 2015, realizada pelo Programa Fôlego. Na primeira parte desse especial, o jornalista Gustavo Maia, que viajou com o grupo da Kamel Turismo para a Maratona de Nova York, mostrou toda a programação que antecede à prova, como a Expo, a entrega de kit, a Parada das Nações, os 5k e o Jantar de Massas. Na segunda parte, você vai embarcar na aventura alucinante da prova, que levou 50 mil pessoas a Staten Island para largar em mais uma edição da maratona mais famosa do mundo, sob os olhares empolgantes de cerca de 2 milhões de espectadores.

Programa Fôlego – Maratona de Nova York (parte 1)



Programa Fôlego – Maratona de Nova York (parte 2)

Artigo no site oficial do Programa Fôlego

Neste domingo encerrei um ciclo. Corri minha trigésima maratona. Foram apenas 5 anos desde a primeira. Uma loucura para qualquer atleta amador, ainda mais para alguém que até os trinta e poucos era fumante, obeso e sedentário. Mas não é sobre essa mudança de vida que se trata a coluna de hoje. Vou falar sobre o cenário desta conquista e as coincidências que envolvem a jornada que mudou minha vida. Quando escolhi correr pela primeira vez os 42 kms, não pensei duas vezes: queria fazer a Maratona de Nova York. Até então eu tivera pouquíssimo contato com esta cidade. Sempre fui um amante das capitais históricas, das grandes cidades do velho mundo. Vivi um ano em Paris. Para mim, NY era demasiadamente mercantilista. As luzes da Times Square me passavam ares de meca do consumo.. algo que nunca me encantou. Mas a maratona que se corria aí era a maior do planeta e mobilizava 2 milhões de expectadores pelas ruas da cidade. Assim, em novembro de 2010 cruzei os 5 bairros da Big Apple a passos largos. Tornei-me maratonista e descobri duas novas paixões: a corrida e esta cidade fascinante.

Os quilômetros pela maior cidade dos EUA me mostraram as facetas múltiplas de uma história riquíssima, que se esconde atrás das luzes dos letreiros. A beleza da arquitetura art deco dos anos 30. Os arranha-céus, nascidos da política do New Deal – que tiraria do desemprego 1/4 da população ativa, afetada pelo crash de 1929. O urbanismo latente de uma metrópole planejada, os prédios estruturados no ferro fundido do final do século XIX no Soho, os bares e restaurantes do descolado Williamsburg, os luxuosos apartamentos do Upper East Side, os resquícios do “verão do amor” que se evidenciam nas lojas e cafés do Village. Esta cidade me derrubou. Estava completamente apaixonado por ela. E o fato de eu ter realizado em suas ruas, a maior conquista pessoal da minha vida, a tronava ainda mais especial.

Desde 2010, este esporte tomaria conta da minha rotina. Tornaria-se meu hobby. Em seguida, meu trabalho. Neste tempo, viajei o planeta todo correndo as maiores maratonas que existem. Mas sempre que possível, passava por aqui para uma visita rápida, ou uma escala. Em 2012, depois de completar Chicago, estiquei até NY para uma visita de 1 dia. No ano passado, excluido pelo sorteio da prova, me cadastrei como imprensa e pude cobrir o evento com olhos de quem o vê de fora. Em janeiro deste ano, estive outra vez em NY a convite da Adidas, para o lançamento mundial de um calçado de running. Pois bem. Quis o destino, que me seria dada a oportunidade de completar a maratona número 30, na cidade que me vira correr a primeira. E eu agarrei esta oportunidade com unhas afiadas, mesmo sabendo que isso me faria correr a distância quatro vezes em 40 dias, afinal estive nas maratonas de Moscow, Chicago e Toronto nas últimas 5 semanas.

Despertei no domingo, pronto para encerrar esta etapa de maneira triunfal. Calcei o tênis e rumei a Staten Island, com as dores da última maratona ainda presentes, mas com a excitação de um estreante. Cada passo que eu dava, me fazia lembrar da primeira maratona. As sensações que fazem de toda a primeira vez, algo especial, se repetiram pra mim a cada metro. Os gritos de incentivo, que me fizeram completar a primeira sem desistir, desta vez me empurravam contra os limites físicos, que meu corpo tentava me impor. Foi dolorido, foi suado, mas foi emocionante demais. Ao final, cruzar a linha de chegada no Central Park, no exato mesmo tempo da primeira vez, sob os aplausos de milhões… difícil não se emocionar. NY entrou de vez no meu coração. Escrevi um capítulo muito bonito da minha vida nas ruas desta metrópole. E ela me acolheu como um filho e me guiou para a minha maior conquista pessoal. Veremos o que o futuro guarda pra mim e para o Programa Fôlego. Mas certamente será muito difícil eu me identificar com outro lugar de maneira tão significativa.

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